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08/10/2021 às 16h57min - Atualizada em 08/10/2021 às 16h57min

Explosão em mesquita deixa ao menos 100 mortos e feridos no Afeganistão, afirma ONU

São Roque notícias
Divulgação

Uma explosão em uma mesquita xiita na cidade de Kunduz, no nordeste do Afeganistão, deixou ao menos 100 mortos e feridos, relatou a Missão da ONU no país. Segundo o Talibã, o ataque foi causado por um homem-bomba. A ação ocorreu por volta do meio-dia (hora local) em um dia que é considerado sagrado pelos muçulmanos.

Os feridos estão sendo atendidos no Hospital Central de Kunduz e nas instalações da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF). Testemunhas descreveram cenas atrozes à AFP.

Apesar de não ter sido reivindicado por nenhum grupo, a ação tem o formato dos ataques do grupo terrorista Estado Islâmico, formado por islâmicos sunitas, e que tem um braço muito ativo no território afegão, o EI de Khorasan (Isis-K ou EI-K). Há cinco dias, o grupo assumiu a responsabilidade por um ataque a uma mesquita de Cabul que deixou cinco mortos. Uma cerimônia fúnebre era realizada no local após a morte da mãe de Zabihullah Mujahid, o porta-voz do Talibã, morta na semana passada. Apesar de ambos serem sunitas, EI e Talibã são inimigos.

Nas redes sociais, a ONU afirmou que o ataque de hoje é parte de um padrão ¨perturbador¨ de violência. ¨É o terceiro ataque mortal esta semana, aparentemente visando uma instituição religiosa. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo incidente de domingo, próximo a uma mesquita de Cabul. Ainda não se sabe o autor do ataque de quarta-feira a uma madrassa em Khost¨. Desde que os talibãs, que também são sunitas, retomaram o poder no Afeganistão, em 15 de agosto, o EI-K vem realizando ações pontuais para enfrentar os ¨rivais¨.

Apesar de ambos estarem na mesma vertente islâmica, cada um se considera mais ¨importante¨ e detentor dos ¨saberes¨ do que o outro. Enquanto os talibãs tem uma visão mais nacional, de criar um ¨emirado islâmico¨ no Afeganistão apenas, os membros do EI querem fazer uma dominação ampla, expandindo seus ¨poderes¨ pelo mundo. Além disso, o EI considera os muçulmanos xiitas como ¨hereges¨ que devem ser eliminados. O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, informou que ¨forças especiais¨ foram enviadas ao local para investigar o caso.

Ataques recentes a xiitas

No Afeganistão, os xiitas, que representam 20% da população, são frequentemente alvo de ataques, cometidos na maioria dos casos pelo braço local do grupo Estado Islâmico, o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K). Este grupo assumiu a responsabilidade por alguns dos ataques mais sangrentos dos últimos anos no Afeganistão e no Paquistão - sobretudo, atentados suicidas em mesquitas, hospitais e outros locais públicos.

O grupo tem como alvo os muçulmanos, os quais considera hereges, como os xiitas do grupo étnico hazara. Em agosto de 2019, ele assumiu a responsabilidade por um ataque a xiitas durante um casamento em Cabul, que matou 91 pessoas. Também é responsável por um ataque em maio de 2020 contra a maternidade de um bairro de maioria xiita da capital afegã, no qual 25 pessoas morreram, incluindo 16 mães e vários recém-nascidos.



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