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25/11/2024 às 20h45min - Atualizada em 25/11/2024 às 20h45min

Uma mulher morre a cada dez minutos vítima de parceiros ou familiares, diz ONU

Relatório da ONU Mulheres aponta que 140 mulheres são mortas diariamente por feminicídio no mundo

Divulgação

Todos os dias, 140 mulheres e meninas são mortas por seus parceiros íntimos ou familiares, o equivalente a uma a cada dez minutos. O dado representa 60% dos 85 mil assassinatos intencionais sofridos pela população feminina no mundo no ano passado. A estimativa faz parte do relatório “Feminicídios em 2023”, da ONU Mulheres, divulgado nesta segunda-feira (25), data que marca o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Segundo o estudo, a violência de gênero transcende fronteiras, classes sociais e idades. A África lidera em taxas de feminicídios cometidos por parceiros íntimos ou familiares, com 21,7 mil vítimas em 2023. No continente, a taxa é de 2,9 vítimas por 100 mil habitantes, seguida pelas Américas (1,6) e Oceania (1,5). Em contrapartida, a Europa (0,6) e a Ásia (0,8) registraram os menores índices.Parceiros íntimos como principais agressores

O levantamento destaca que, nas Américas e Europa, a maioria dos feminicídios domésticos (58% e 64%, respectivamente) é cometida por parceiros íntimos. Já em outras regiões, os agressores mais comuns são familiares. Além disso, muitos casos poderiam ter sido evitados: na França, África do Sul e Colômbia, diversas vítimas já haviam relatado violência prévia.
“A violência contra mulheres e meninas não é inevitável—é prevenível. Precisamos de legislação robusta, coleta de dados aprimorada, maior responsabilidade governamental, uma cultura de tolerância zero e mais financiamento para organizações de direitos das mulheres e órgãos institucionais", destacou Sima Bahous, Diretora Executiva da ONU Mulheres.

Epidemia de violência que “envergonha a humanidade”

Em mensagem sobre o Dia Internacional, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “a epidemia de violência contra mulheres e meninas envergonha a humanidade”.

Para Guterres, “a situação está piorando”, pois crises ligadas a conflitos, clima e fome agravaram as desigualdades. Ele destacou que a violência sexual está sendo “usada como arma de guerra” e que mulheres e meninas enfrentam uma “enxurrada de misoginia online”.

O líder da ONU pediu que em todo o mundo sejam feitos esforços para acabar com o "flagelo da violência contra mulheres e meninas".


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