A potencial vacina da chinesa Sinovac contra a Covid-19 será incorporada ao calendário do Programa Nacional de Imunizações, afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apesar das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ao imunizante que será produzido no país pelo Instituto Butantan. "E essa vacina da Sinovac é a mesma tecnologia que o Butantan usa para as demais vacinas H1N1 e outras. As vacinas são de todos os brasileiros, são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde e vão ser distribuídas pelo Plano Nacional de Imunização". A decisão do ministério foi tomada após governadores levantarem a preocupação de que a disputa política entre Doria e Bolsonaro evitasse que o governo federal adotasse a vacina chinesa, chamada de Coronavac, que tem um cronograma mais adiantado do que a vacina da AstraZeneca que já foi contratada pelo ministério. A expectativa do ministério, segundo disse Pazuello aos governadores, é que a vacina da Sinovac esteja disponível a partir de janeiro de 2021. Na semana passada, o governo de São Paulo apresentou dados das primeiras fases de testagem da Coronavac. De acordo com o coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 no Estado, João Gabbardo, a vacina teria tido 98% de eficácia comprovada e sem efeitos colaterais graves. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que os efeitos registrados até agora são apenas de dor de cabeça leve em alguns casos e dor no local da picada. Em nota, o governo de São Paulo confirmou que chegou a um acordo com o Ministério da Saúde para aquisição pelo governo federal de 46 milhões de doses da Coronavac até dezembro de 2020, após aprovação do medicamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O próprio ministério divulgou nota, pouco depois com a mesma informação. A inclusão da vacina no calendário nacional de imunizações não significa obrigatoriedade de vacinação, mas que o governo federal vai disponibilizar o medicamento para todo país em determinada época, como se faz atualmente com a vacina contra a influenza. A obrigatoriedade ou não de pessoas serem vacinadas virou mais uma disputa política entre Bolsonaro e Doria. Depois de o governador afirmar que em São Paulo a vacina seria obrigatória, Bolsonaro reiterou por diversas vezes que o Ministério da Saúde não determinaria a imunização compulsória.(RT)