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30/10/2022 às 22h15min - Atualizada em 30/10/2022 às 22h15min

Luiz Inácio Lula da SIlva vence a eleição e será presidente pela terceira vez

O petista teve 60,33 milhões de votos e o presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou com 58,20 milhões de votos

Divulgação
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se elegeu presidente do Brasil pela terceira vez no domingo (30). Com 99,98% das urnas apuradas, o petista teve 50,90% dos votos válidos no segundo turno das eleições de 2022. Isso significa 60,33 milhões de votos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou com 49,10% – ou 58,20 milhões de votos. A diferença entre Lula e Bolsonaro foi de apenas 1,80% – a menor já registrada nas eleições presidenciais. Além disso, desde que o país passou a ter a possibilidade de reeleição, em 1998, é a primeira vez que um presidente no exercício do mandato não vence a eleição que disputa
Dos eleitores que compareceram às urnas neste domingo, 3,16% (3,9 milhões) anularam o voto e 1,43% (1,7 milhão) votaram em branco
Aos 77 anos de idade, Lula vai comandar o país pela terceira vez a partir de 1.º de janeiro de 2023. Ele já havia sido presidente por dois mandatos sucessivos entre 2003 e 2010.
A eleição de Lula marca a volta da esquerda ao poder. O PT não comandava o país desde que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment, em 2016. O resultado de 2022 também é uma reviravolta pessoal do petista, que havia sido condenado e preso por corrupção em processos decorrentes da Operação Lava Jato. Por isso, ele não pôde disputar a eleição de 2018 devido às restrições da Lei da Ficha Limpa. Lula conseguiu anular suas condenações no Supremo Tribunal Federal (STF) e recuperou o direito de participar de eleições
A eleição presidencial de 2022 foi uma das mais disputadas desde a redemocratização do país, nos anos 1980. No primeiro turno, Lula já havia vencido com uma margem estreita de votos: recebeu 48,43% contra 43,20% de Bolsonaro. A polarização de Lula com Bolsonaro marcou todo o processo eleitoral, da pré-campanha à campanha. O petista buscou explorar a insatisfação de parte do eleitorado com Bolsonaro – especialmente na economia. Lula apostou na estratégia de passar a imagem de que nos seus governos a população tinha uma vida melhor do que agora. Também prometeu "reconstruir" o país com foco nos mais pobres e no direito dos trabalhadores ao sinalizar que pretende promover mudanças na reforma trabalhista aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Com o apoio formal de 10 partidos, a candidatura de Lula também foi marcada pela tentativa de ampliar sua base eleitoral para fora da esquerda. Com a formação de chapa com um antigo adversário, o ex-tucano e ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), o petista fez acenos ao eleitor de centro e ao empresariado.
O resultado apertado do primeiro turno levou Lula a ampliar as alianças fazendo concessões para fora do campo da esquerda. Terceira colocada no primeiro turno, a senadora Simone Tebet (MDB) assumiu a articulação da campanha junto ao setor empresarial e atuou nos estados do Sudeste para ampliar o apoio à candidatura do petista.
Para tentar conter as críticas do mercado financeiro a propostas como a de acabar com o teto de gastos, aliados de Lula chegaram a sinalizar que todas as mudanças serão negociadas com empresários, trabalhadores e governo. Além disso, o petista afirmou que pretende promover reformas tributária e administrativa.
Durante a campanha, Lula indicou que não pretende rever privatizações já feitas – embora anteriormente tenha afirmado que iria fazer isso. Ainda assim, ele disse que não irá privatizar estatais como Petrobras e Correios. "Não falo em rever privatizações, minha missão é reduzir a miséria. Preciso ganhar a eleição antes e tomar pé da situação", disse o petista durante entrevista à CNN Brasil.
Lula também foi criticado durante a disputa sobre os diversos escândalos de corrupção nos governos do PT, especialmente por Jair Bolsonaro. O petista, no entanto, reiterou a narrativa de que ele foi "inocentado" das acusações da Lava Jato – na verdade, ele não foi declarado inocente; seus processos apenas foram anulados e retornaram para a primeira instância judicial. Lula também afirmou que os desvios só foram apurados porque, à época, as gestões do PT criaram estruturas de investigação e não protegeram ninguém. (GP)

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