Sem mudanças radicais no sistema tático, o 4-4-2, a seleção brasileira fez ajustes ao longo do jogo para vencer a quinta partida consecutiva nas eliminatórias. Sutis, mas fundamentais. Lucas Paquetá, por exemplo, atuou em quatro posições diferentes. Numa delas, que podemos chamar de segundo volante, conseguiu acelerar, pressionar e se tornar fator de desequilíbrio. Aos poucos, Tite e seus auxiliares corrigiram defeitos, adaptaram situações, abriram mão do 2-3-5, e o Brasil, que jamais perdeu o controle da situação, se tornou mais incisivo. Sem a bola, inicialmente Neymar e Gabriel Barbosa tinham mais liberdade à frente. Atrás deles, a linha de quatro tinha Fred pela esquerda e Richarlison pela direita, com Casemiro e Paquetá centralizados. Tão logo o time recuperava a bola, Paquetá desgarrava e se juntava ao bloco mais ofensivo, enquanto Fred vinha para dentro, próximo a Casemiro. Na pressão, Paquetá roubou a bola, que chegou a Neymar, depois a Richarlison e à rede de Domínguez: 1 a 0. O meia do Lyon também acelerou o jogo em retomadas do seu campo. Neymar, de pênalti – sofrido por Gabriel Jesus, em jornada reduzida, mas muito boa –, confirmou mais três pontos de uma Seleção que vence e vence, mas não alcança a paz absoluta, graças às peripécias dos presidentes da CBF: os antigos, os antigos que ainda são atuais, o atual e os que desejam ser os próximos.(GS)