Um servidor da Prefeitura de Itu (SP), conhecido como "Senhor da Morte", foi preso, suspeito de vender medicamentos abortivos na cidade. De acordo com o boletim de ocorrência, o homem comercializava também medicamentos de uso controlado. As vendas, segundo a polícia, eram feitas em Itu e outras cidades da região, como Salto e Porto Feliz. Na quinta-feira, policiais foram até o local, que fica próximo ao hospital municipal, onde o suspeito supostamente faria uma entrega. No entanto, só encontraram uma mulher que seria a compradora. Ela confessou aos policiais que compraria o remédio abortivo. Ainda conforme o registro, a equipe foi até um segundo endereço, indicado pela mulher, que fica no estacionamento do Mercado Municipal. Lá, encontraram o suspeito, que estava com um caminhão da prefeitura. Durante a abordagem, os policiais apreenderam R$130, e um kit com vários medicamentos abortivos, entre eles o Cytotec. Dentro do veículo também foram encontradas mais cartelas dos mesmos remédios. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia da cidade, onde permaneceu à disposição da Justiça.
A Prefeitura de Itu informou, em nota, que exonerou os dois funcionários imediatamente e que "apoia irrestritamente as investigações da Polícia Civil para que os acusados respondam criminalmente dentro dos rigores da lei".
Sobre o Cytotec, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o medicamento não tem registro no Brasil, o que significa que sua venda é proibida. "O misoprostol, princípio ativo do Cytotec, faz parte da lista de substâncias sujeitas a controle especial, da Portaria 344/1998", diz a nota.
"Existe um outro medicamento que está regularizado no país com a substância misoprostol. Trata-se do medicamento de nome comercial Prostokos, indicado nos casos em que seja necessária a interrupção da gravidez em gestações a termo ou próximas ao termo e na indução de parto com feto morto antes das 30 semanas, em caso de aborto legal. É um produto restrito a estabelecimentos hospitalares devidamente cadastrados e credenciados", informa a Anvisa.