A Palma de Ouro conquistada no Festival de Cannes, em 1962, pelo diretor Anselmo Duarte ficou quase dez anos trancada em um cofre que ninguém sabia a senha, em Salto (SP). O prêmio foi pelo filme “O pagador de promessas”. Foi preciso arrombar o cofre, que fica na antiga Prefeitura de Salto, para ter certeza de que o troféu estava guardado. O processo levou uma hora e meia. A Palma de Ouro original estava protegida em uma caixa improvisada e foi localizada no dia 18 de março. Atualmente, lá funciona o prédio de serviço de água e esgoto da cidade. Anselmo Duarte Júnior, um dos quatro filhos do artista, mora em Natal (RN) e acompanhou tudo pela internet. A combinação de senha e chave não abriu o cofre e foi preciso contratar um especialista para ver o que estava guardado. Eram documentos, cheques e o prêmio. Anselmo Duarte nasceu em Salto, em 1920, e ainda criança conheceu o cinema trabalhando como molhador de tela. Na época, uma função necessária para a projeção dos filmes. O trabalho, que geralmente era feito por crianças, garantia que a tela ficasse sempre úmida para evitar incêndio e garantir mais brilho a projeção. Foi assim que Anselmo teve os primeiros contatos com o cinema.(RG)