A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) confirmou que os comissários do GP de São Paulo decidiram não conceder para a Mercedes o direito de revisão do incidente entre Max Verstappen e Lewis Hamilton na prova do último domingo, na qual o holandês espalhou o carro sobre o rival ao defender-se de uma ultrapassagem na volta 48 e ambos saíram da pista.
O pedido foi feito pela equipe alemã na terça-feira, depois que a página da F1 compartilhou o vídeo de bordo de Verstappen no lance: o holandês freia tardiamente e movimenta pouco o volante, não contornando a curva em sua totalidade. Porém, a entidade discordou que as imagens atendam ao critério de novas evidências contundentes para justificar o direito de revisão.
- A posição da equipe é que esse novo registro fornece informação suficiente para que os comissários cheguem a uma conclusão diferente da anterior. Ainda assim, os comissários determinaram que o vídeo não exibe nada excepcional que seja particularmente diferente dos outros ângulos disponíveis para eles no momento, ou que mude a decisão deles, baseada no vídeo originalmente disponível. Diferente do caso da Áustria em 2020, no julgamento dos comissários, não há nada no registro que mude fundamentalmente os fatos. De igual modo, isso não mostra nada que já não tenha sido considerado pelos comissários. Assim, é determinado que o registro não é significante - informa o documento da FIA.
O incidente mencionado pelo documento envolveu também Hamilton, quando o britânico foi punido por um toque com Alexander Albon, então segundo piloto da RBR, em uma defesa de posição. Enquanto o tailandês abandonou a disputa, já nas voltas finais, o então hexacampeão chegou em segundo lugar - caindo posteriormente para quarto.
O lance analisado nesta semana se deu na volta 48 da corrida no Autódromo de Interlagos, quando Verstappen espalhou o carro para repelir a ultrapassagem de Hamilton, que já estava com quase todo o carro na frente do rival, por dentro. Os dois saíram da pista na curva da Descida do Lago e mantiveram as posições, com o piloto da RBR na frente.
O holandês permaneceu na liderança até ser ultrapassado, na volta 59. Os comissários chegaram a notar o lance, mas descartaram a investigação; diretor de provas da FIA, Michael Masi explicou que não haver posição perdida motivou a decisão.
- Não espero que ganhemos nada com o Direito de Revisão, mas para nós é sobre o princípio e a filosofia. Então saberemos como os administradores veem tais situações no futuro - argumentou Toto Wolff, chefe da Mercedes, na coletiva que sucedeu o primeiro treino livre nesta sexta-feira.