O atleta de Jundiaí (SP) Ricardo Germano Castillo, de 22 anos, foi convocado para representar o Brasil no Strongman Games, um campeonato de força, velocidade e habilidade, que acontece em novembro, na Flórida, nos Estados Unidos.
A disputa internacional reúne atletas de 22 países, que vão competir, em nove categorias diferentes, pelo título de homem e mulher mais forte do mundo. O jovem contou que, até o momento, é o atleta mais novo a disputar a categoria de 90 quilos.
Para poder ir até os Estados Unidos participar da disputa de força, Castillo começou a arrecadar verbas por meio de transferências via PIX. A princípio, o atleta precisava de R$ 1,2 mil para pagar a inscrição do evento, mas a meta já foi atingida.
Agora, Castillo está arrecadando dinheiro por meio de uma plataforma online, com o objetivo de conseguir fundos para arcar com os custos da viagem, que podem chegar a R$ 20 mil.
Esta é a primeira competição internacional da qual o jovem participa. No entanto, a trajetória do competidor já é composta por vitórias. Em sua primeira disputa, em 2017, o jovem garantiu o primeiro lugar no Campeonato Paulista.
Já no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, acabou ficando em quinto lugar por conta de uma inflamação e de ter tido febre no dia da disputa.
"Logo em seguida, eu fiquei um ano e meio mais ou menos treinando, sem competir. Aí, eu fui convidado para fazer o Arnold, só que eu tive que passar por uma seletiva e fiquei em terceiro lugar. Quando ia ter o Arnold Classic, que já ia ser algo em nível internacional, teve a pandemia, e esse campeonato vai acontecer em abril de 2022. Eu também estou me preparando para ele", explica.
Como preparação para o Strongman Games, o jovem realiza um treino e uma dieta específicos.
"Não estou comendo gordura, estou fazendo uma dieta bem 'limpa', além de estar evitando ao máximo lesões. Então, eu entrei com massoterapeuta e fisioterapeuta para estar evitando me lesionar. É algo que está sendo bem puxado."
Segundo o atleta, as atividades que compõem a competição contam com alguns equipamentos diferentes dos utilizados em academias, mas que também mantêm algumas bases comuns, como o "power lift", que é o levantamento terra, o agachamento e o supino.
O treino utiliza equipamentos como a cangalha, uma estrutura que os atletas carregam nas costas; e o "atlas stone", uma bola de concreto colocada em estantes de determinada altura e peso da bolsa de concreto, que vai de 60 a 320 quilos, que é o recorde atual.
"Também tem o 'log lift', que é um tronco de madeira que a gente faz o rolamento até o pescoço, depois joga acima da cabeça. Tem tombamento de pneu, tombamento de carro, arrasto de caminhão, também arremessamos peso para cima, geralmente usamos barril de chope para arremessar até cinco metros de altura", relata.
Tudo isso demora cerca de cinco horas para ser realizado, pois o preparo dos equipamentos demanda tempo.
"Só nessa locomoção de equipamento e de peso, a gente perde muito tempo. São treinamentos que têm muito cardio, muito extensos. Geralmente, a gente faz dez exercícios seguidos e sem descanso", diz.
Castillo conta que já chegou a ser expulso de cinco academias por levantar muito peso nos treinos. "Muitas vezes, eu já fui até chamado na área da diretoria das academias para falar que eu estava atrapalhando os outros alunos por causa do barulho das anilhas que eu estava fazendo."