Como não poderia ser diferente, a emoção e a fé marcaram o 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, no santuário dedicado a Padroeira do Brasil, no bairro de Aparecidinha. O evento, seguindo protocolos sanitários, renovou e fortaleceu a fé dos católicos sorocabanos. Foi também o momento de pedidos, mas, principalmente, de agradecimentos.
Uma das devotas no local era a dona Maria Lúcia de Freitas, de 74 anos, moradora do bairro Guadalajara. Ela foi agradecer a Nossa Senhora pelo fato de que nenhum de seus familiares tiveram Covid-19. “Somos em cinco e ninguém ficou doente. Graças a Deus, ela nos protegeu. Eu pedia por mim, por meios filhos e ela me atendeu”, diz. Geovanda Costa da Silva, moradora do Santa Catarina fez questão de agradecer por concluir a faculdade de pedagogia. “Realizei meu sonho e estou muito feliz”, diz emocionada.
Rose Helena dos Santos vem todo ano para a celebração, com excessão de 2020. Ela estava na primeira fileira e para garantir o lugar, chegou por volta das 11h. Moradora do Santa Marina, na zona norte de Sorocaba, foi curada do câncer, por duas vez, conforme ela, graças a Nossa Senhora. Em 2009, ela tirou metade de uma das mamas. “Fiz quimioterapia e radioterapia, sempre com muita fé em Nossa Senhora Aparecida e muitas promessas e pedidos”, diz a devota.
Quando a situação parecia resolvida, o problema de saúde voltou em 2013. A dona Rose Helena precisou de mais fé e confiança. Pelos médicos, segundo ela, eram apenas 60 dias de vida. “Com a graça dela, acabou a minha doença. Estou completamente curada”, comenta. “Já tinha fé e essa fé foi ainda mais renovada. Ela é tudo para mim e para a minha família”, diz. “Não tem nada que eu tenha pedido para a mãe que não tenha acontecido”, acrescenta.
“Está sendo surpreendente o número de pessoas que estão vindo. Só demonstra, de fato, que as pessoas têm grande amor a Nossa Senhora Aparecida”, lembra Dom Julio Endi Akamine, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba. Ele realizou a missa das 12h. “Para nós é uma grande alegria receber tantos romeiros e tantos devotos”, acrescenta.
Ele também disse que ainda se surpreende com tantas graças alcançadas. “A gente sempre se surpreende, de modo que as pessoas sempre vêm para a agradecer, o que significa que os pedidos foram todos atendidos, às vezes, de maneira surpreende, de maneira inesperada. É uma causa de grande consolo para nós. ver essa gratidão”, comenta.
“Todas as celebrações, como a de hoje pressupõem e fortalecem a fé”, garante. A missa terminou com a cântico “Dai nos a benção, ô mãe querida”, e uma longa salva de palma a Nossa Senhora Aparecida.
Para Dom Julio Endi Akamine, o povo brasileiro precisa de proteção e esse seria o seu pedido a Nossa Senhora na data. “Gostaria de pedir a Nossa Senhora que proteja o nosso povo. Nós precisamos, de fato, de proteção, de ajuda, principalmente nesse período em que o sofrimento é tão grande por conta das pessoas que faleceram vitimadas pela pandemia, pela crise econômica, pela desemprego, por tantas dificuldades que estão aparecendo. Agradecemos a Nossa Senhora Aparecida, por tantos gestos de solidariedade e ajuda ao próximo, que é algo que nos fortalece neste momento”, lembra.
A missa teve todos os protocolos sanitários rigorosamente seguidos pelos fiéis. Houve distanciamento social, com separação de assentos, distribuição de álcool em gel e medição de temperatura. Havia ainda avisos em vários locais sobre as medidas, incluindo pedido para que a marcação de lugares não fossem alteradas. Parte dos fieis assistiram a missa do lado de fora da igreja, para que as medidas fossem respeitadas. A hóstia foi entregue aos romeiros em seus respectivos locais, ao contrário do ocorria em celebrações em outros anos. “Ao longo de toda a pandemia, a gente sempre contou com a colaboração e com a responsabilidade dos católicos, que são sempre muito ordeiros”, diz o arcebispo.