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21/09/2021 às 11h06min - Atualizada em 21/09/2021 às 11h06min

Fundador da Evergrande tenta tranquilizar funcionários

Empresário afirmou em uma carta que 'acredita firmemente' que gigante chinesa 'poderá sair em breve de seu momento mais obscuro', informa jornal.

G1
Divulgação
O presidente da Evergrande, gigante do setor imobiliário da China, afirmou aos funcionários da empresa confiar que o grupo sairá "em breve de seu momento mais obscuro", informou a imprensa estatal nesta terça-feira (21), após um dia de temores e tombos nas bolsas de todo o mundo.
A incorporadora imobiliária enfrenta a revolta de compradores e investidores, que temem perder dinheiro com a possível falência da Evergrande, que tem dívidas superiores a US$ 300 bilhões.
XuJiayin, fundador da empresa em 1996, afirmou em uma carta aos funcionários que "acredita firmemente que a Evergrande poderá sair em breve de seu momento mais obscuro", informou o jornal estatal Securities Times.
O empresário escreveu ainda que a empresa retomará por completo seu trabalho e produção, garantirá a entrega dos imóveis e "apresentará uma resposta responsável aos compradores de casas, investidores, sócios e instituições financeiras", informa a agência France Presse.
A carta felicita os funcionários pelo Festival do Meio do Outono, uma tradição importante na China, celebrada com dois dias livre.
O texto foi divulgado após um dia de pânico nas Bolsas asiáticas e ocidentais, com o temor de que uma falência da gigante imobiliária afete a economia chinesa e o resto do mundo.
A crise da Evergrande provocou protestos incomuns diante dos prédios da empresa na China, organizados por investidores e fornecedores que exigiam seu dinheiro. Algumas pessoas afirmaram que devem receber até um milhão de dólares da empresa.
O grupo admitiu na semana passada que está sob "tremenda pressão" e que pode não ter capacidade de pagar suas obrigações.

Ação da Evergrande tem queda de mais de 84% no ano

O HangSeng, índice de referência da bolsa de Hong Kong, fechou em alta de 0,51%, devolvendo apenas uma pequena parte do tombo da sessão anterior, com o setor imobiliário do índice fechando a sessão de hoje em alta de 2,97%, depois de cair 6,69% ontem.
A ação da Evergrande recuou 0,44% nesta terça-feira estendendo as perdas no mês a 47,93% e as quedas no ano a 84,76%, ainda refletindo os temores sobre a crise de liquidez da segunda maior incorporadora imobiliária da China.
Os mercados financeiros seguem fechados na China continental, porém, e voltarão do fim de semana estendido apenas amanhã.

Possível resgate pelo governo chinês

O governo chinês ainda não deu sinais de que vai intervir para evitar qualquer efeito dominó na economia global, destaca a agência Reuters.
Os investidores, entretanto, permaneceram cautelosos. "Se for permitido o default de uma parte da dívida da Evergrande, isso provocará questões sobre toda a dívida remanescente com os investidores e o governo não quer uma crise mais ampla como essa", disse o diretor gerente da Orient Capital Research.
O governo chinês não se pronunciou sobre a crise da Evergrande nas últimas semanas.
O governo chinês vai ajudar a Evergrande ao menos a conseguir algum capital, mas ela pode ter que vender alguma participação a um terceiro, como empresas estatais, avaliou o banco holandês ING em nota.
Analistas do Citi disseram que os reguladores podem "comprar tempo para digerir" o problema da Evergrande orientando os bancos a não retirarem o crédito e ampliarem o prazo para o pagamento da dívida.
 

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