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08/09/2021 às 12h10min - Atualizada em 08/09/2021 às 12h10min

Bolsonaro reitera ameaças golpistas, chama Moraes de ‘canalha’ e diz que não cumprirá decisões do ministro

Em discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente da República ainda afirmou que o ministro do STF já teve 'todas as oportunidades

Carta Capital
Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro proferiu na Avenida Paulista, em São Paulo, seu segundo discurso neste 7 de Setembro. Aos paulistas, ele reiterou as ameaças golpistas contidas em pronunciamento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e os ataques ao Poder Judiciário.
Na capital paulista, o chefe do Executivo nacional atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que 
o incluiu no Inquérito das Fake News a pedido do Tribunal Superior Eleitoral. Moraes também determinou a prisão de aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
“Não se pode permitir que um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda para arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro, deixa de censurar”, afirmou o presidente da República. Ele também estimulou a desobediência a decisões do STF.
“Nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade”, declarou. “Dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo para pedir seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”.
No discurso, Bolsonaro repetiu que “só Deus” o tira da cadeira de presidente.
“[Só saio] Preso, morto ou com vitória. Dizer aos canalhas que eu nunca serei preso. A minha vida pertence a Deus, mas a vitória é de todos nós”, afirmou.
O ocupante do Palácio do Planalto também aproveitou o Dia da Independência para voltar a atacar, sem quaisquer provas, as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.
“Queremos eleições limpas, democráticas, com voto auditável e contagem pública dos votos. Não podemos ter eleições em que pairem dúvidas sobre os eleitores. Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada, ainda, pelo presidente do TSE”, disparou, em referência ao ministro Luís Roberto Barroso.
Na sequência, tornou a centrar a ofensiva em Alexandre de Moraes.
“Cada vez mais somos conservadores, respeitamos as leis e a nossa Constituição. E não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu desta maneira e continua a não agir”, disse ainda a seus apoiadores.

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