O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) variou 0,66% em agosto, contra 0,78% em julho, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). No ano, o índice acumula alta de 16,75% e, em 12 meses, 31,12%. Em agosto de 2020, o índice havia subido 2,74% e acumulava alta de 13,02% em 12 meses. A FGV destaca que a desaceleração do índice poderia ser mais forte, se o país não estivesse passando por uma das piores crises hídricas da sua história. “No IPA, culturas afetadas pela estiagem, como milho (-4,58% para 10,97%) e café (0,04% para 20,98%) registraram forte avanço em seus preços. O preço da energia, para a qual é esperado novo reajuste em setembro, registrou alta de 3,26%, sendo a principal influência para a inflação ao consumidor”, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em nota. O economista-chefe da Necton, André Perfeito, diz que a desaceleração vista neste mês mostram certa acomodação, apesar de o índice ainda se manter num patamar elevado. Para ele, a melhora relativa não será sentida pela sociedade de maneira geral, “contudo nos chama atenção a queda na aceleração dos preços ao consumidor, que caiu de 0,83% para 0,75% sugerindo que há certa estabilização na margem”, diz em nota. O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) é um dos componentes do IGP-M. Também fazem parte do cálculo da FGV mais dois sub-índices: IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado) e INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado).
IPA
Segundo a instituição, o IPA, que compõe a maior parte do indicador (60%), variou 0,66% em agosto, ante 0,71% em julho. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -1,14% para 8,28%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 1,49% em agosto, ante 1,13% no mês anterior.
IPC
O IPC variou 0,75% em agosto, ante 0,83% em julho. Segundo a FGV, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. O grupo Educação, Leitura e Recreação foram à principal contribuição desse índice, de 2,16% para 0,53%. “Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de 24,69% em julho para 3,17% em agosto”, diz a instituição. Também apresentaram decréscimo os grupos Habitação (1,66% para 1,05%), e Comunicação (0,00% para -0,11%). “Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (5,87% para 3,26%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,02% para -0,26%)”.
INCC
Por fim, o INCC variou 0,56% em agosto, ante 1,24% em julho. “Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (1,52% para 1,17%), Serviços (0,65% para 0,78%) e Mão de Obra (1,12% para 0,00%)”.