O Secretário Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro, foi preso pela Polícia Federal (PF). Além dele, também foram detidos o subsecretário de Gestão Operacional, Wellington Nunes da Silva, e o superintendente Operacional, Sandro Faria Gimenes. De acordo com as investigações, Montenegro e os outros dois agentes públicos negociavam benefícios indevidos com chefes de facções criminosas. Os crimes seriam praticados em troca de influência sobre os locais de domínio de traficantes e outras vantagens ilícitas. O governador do RJ, Cláudio Castro (PSC), anunciou a exoneração de Montenegro.Segundo as investigações do Ministério Público Federal e do Departamento Penitenciário Federal, os agentes públicos realizaram diversas diligências, por exemplo, para viabilizar o retorno ao estado de criminosos custodiados na Penitenciária Federal de Catanduvas, presídio de segurança máxima no Paraná. Ainda segundo a PF, os servidores liberavam a entrada de pessoas e itens proibidos em unidades prisionais estaduais e também teriam soltado um criminoso de alta periculosidade que tinha em aberto mandados de prisão. A ação, batizada de Simonia em referência a uma prática medieval em que detentores de cargos trocavam benefícios ilegítimos por vantagens espúrias, faz parte da Missão Redentor, uma força-tarefa criada na Superintendência Regional da PF no Rio, em julho de 2021, para reprimir a criminalidade violenta, corrupção e crimes ambientais. Quarenta agentes da Polícia Federal saíram às ruas para cumprir os três mandados de prisão preventiva e cinco de mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, uma vez que o secretário tem foro por prerrogativa de função.