O nome, a bandeira, a camisa. Do outro lado, a imagem até poderia ser diferente. Mas, em uma noite em que pouco deu certo, o Brasil voltou a ser presa fácil para a Rússia no vôlei masculino. Assim como na Liga das Nações, há pouco mais de um mês, a seleção não conseguiu fazer frente ao jogo de força dos rivais. Foi rápido e fácil: em 3 sets a 0, parciais 25/22, 25/20 e 25/20, os atuais campeões sofreram a primeira derrota nas Olimpíadas de Tóquio. A Rússia joga sob o nome de ROC por conta da punição imposta devido ao escândalo de doping no esporte do país. Não pode usar nome, bandeira ou qualquer coisa que lembre sua nação - ainda que o vermelho do uniforme não deixe esconder. Assim como na derrota na Liga das Nações, também por 3 a 0, o Brasil não esboçou reação. Lá, a classificação às finais já estava encaminhada. Agora, nem tanto. - Não podemos ficar parados ou achar culpados. O time poderia ter sido mais eficiente, mas não os indivíduos. E a comissão técnica também está incluída. Precisamos melhorar e levantar o moral. Vamos pensar no próximo jogo e melhorar - resumiu o técnico Renan Dal Zotto. O Brasil soma duas vitórias e cinco pontos na chave B. A Rússia lidera com folga, invicta. A derrota na noite desta quarta-feira empurra o Brasil para o terceiro lugar no grupo, atrás ainda dos Estados Unidos. Os quatro melhores se classificam as quartas de final em Tóquio. O Brasil volta à quadra nesta quinta-feira, às 23h05 (horário de Brasília). Para que a classificação as quartas não se torne um drama, a seleção precisa vencer os Estados Unidos. Na última rodada da fase, ainda encara a França. 1° set - Brasil sofre com bloqueio russo Uma pancada de Lucão, outra de Leal, e pronto, o Brasil largou na frente. A postura, no início, se mostrou diferente da partida contra os argentinos. Os russos, porém, não demoraram a reagir. Tomaram a dianteira e abriram 12/9 com certa rapidez. Renan, então, parou o jogo. Ao acertar a posição da defesa, fez a seleção voltar à frente, virando para 13/12. O Brasil manteve o ritmo e parecia encaminhar a vitória na parcial quando a Rússia reagiu. Mais uma vez, a seleção sofreu com os bloqueios russos. Foram seis no total. No fim, um ataque de Volkov fechou a conta em 25/22. 2° set - Rússia passeia, e Brasil sofre Se as coisas andavam difíceis no primeiro set, pioraram no segundo. Não era só o bloqueio russo. Sem encaixar o saque, o Brasil tinha dificuldades para desmontar o passe rival. Assim, também sofria com o ataque russo. Renan tentou mudar. Tirou Bruninho, mandou Cachopa. Saiu Lucarelli, entrou Douglas. Mas nada parecia encaixar. Na dificuldade, até Cachopa tentou resolver no ataque, mas mandou para fora. Àquela altura, apenas Douglas funcionava no ataque. Mas era pouco. Bruninho voltou à quadra na reta final do set, mas também não conseguiu parar os rivais. A Rússia sobrava. Volkov, mais uma vez, fechou a conta na parcial e encaminhou a vitória dos russos: 25/20 3°set - Sem reação e fim de papo A seleção precisava reagir. E, por um momento, até pareceu ter forças para isso. O Brasil cresceu no bloqueio e chegou a abrir 11/9 no placar. Mas os dois melhores jogadores russos voltaram a fazer a diferença. Volkov e Mikhaylov sobravam. A Rússia retomou a dianteira com facilidade, abrindo 18/14. Renan tentou chamar Alan para resolver o problema do ataque brasileiro. Não conseguiu. No fim, a reação ficou apenas na vontade: 25/20 e fim de papo.