22/07/2021 às 11h54min - Atualizada em 22/07/2021 às 11h54min
Pranchas perfeitas e ondas como as de casa: as apostas de Ítalo Ferreira nas Olimpíadas
Campeão mundial de surfe conta com pranchas desenhadas especificamente para o tipo de onda que vai encontrar nos Jogos Olímpicos para buscar o ouro em Tóquio
As ondas que quebram na praia em Chiba, no extremo leste do Japão definem o trabalho realizado em uma fábrica, no centro de Santos, litoral de São Paulo. Um trabalho minucioso, quase artístico. Os irmãos Tico e Teco são shapers, como são chamados os profissionais que fazem pranchas de surfe. Há doze anos eles começaram a trabalhar para um menino que, na época, era apenas uma promessa, sem saber se valeria o investimento. - Eu me lembro que cheguei pro Tico e falei: como vai ser fazer essa quantidade prancha? Me dá mais dois anos. Sério? Tenho certeza que esse moleque vai explodir – conta Teco. Agora o menino é campeão mundial de surfe e um dos favoritos para conquistar o ouro em Tóquio. Mas as pranchas continuam saindo do mesmo lugar. - Eles sempre me deram todo o suporte necessário, na verdade, eles viraram a minha família e a gente é. Eu tenho um carinho enorme por eles e confio muito no material que eu tenho, nas pranchas que eu tenho – revela Ítalo Ferreira. Ondas pequenas e curtas num fundo de areia, as pranchas do Ítalo foram feitas de acordo com esse mar aqui. Só que essas características podem ajudá-lo ainda mais nas Olimpíadas. Baía formosa, no Rio Grande do Norte, onde o Ítalo nasceu e cresceu. - São ondas que eu tô acostumado a surfar porque no Nordeste sempre tem ondas pequenas. E é um surfe um pouco mais dinâmico, então eu gosto de competir nesse tipo de, de mar. Acho que isso pode ter um extra pra mim, que pode fazer diferença também – explica o surfista. Fazer uma prancha é como trabalhar numa obra de arte. E, neste caso, também é assinar uma possível medalha olímpica.