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22/07/2021 às 10h13min - Atualizada em 22/07/2021 às 10h13min

Desmembramento da Economia abre disputa de cargos, e Guedes deixa plano de emprego incompleto

Ministro, que era contra divisão da pasta, minimiza mudança e avalia que separação de outras secretarias seria mais nociva

Folha de São Paulo
Divulgação
O anúncio do desmembramento do Ministério da Economia, com a recriação da pasta do Trabalho e Previdência, abriu uma disputa por postos considerados estratégicos no governo. O nome do atual secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, é cotado para mais de uma função enquanto técnicos relatam ambiente de incerteza sobre os cargos.
A criação do mais novo ministério do 
presidente Jair Bolsonaro representa uma perda de poderes para Paulo Guedes (Economia), que entrou no governo com a alcunha de "superministro". Esta será a primeira vez que ele perderá uma de suas secretarias especiais.
Guedes deixará de ter o controle a área que formula as políticas de emprego do governo. Com isso, fica incompleto o trabalho de implementação de um programa para formalização de jovens, que tramita no Congresso.
Ele também não conseguiu promover uma desoneração da folha salarial das empresas e uma flexibilização das leis trabalhistas.
Guedes pretende seguir participando da 
formulação dessas medidas. Agora, no entanto, as ações não estarão sob seu comando e ele não terá poder de decisão final.
Apesar de o ministro sempre ter resistido ao desmembramento de sua pasta, a recriação do Ministério do Trabalho e da Previdência é minimizada por interlocutores. A avaliação é que não haverá efeito negativo sobre os trabalhos da Economia.
O fatiamento de uma ala do superministério vem dois meses após Guedes dizer, que não concordava com uma divisão de sua pasta. “É evidente que não. Isso é decisivo, não pode”, disse em maio.
"E, se você pergunta se o presidente já comentou isso comigo, já comentou. Está cheio de gente querendo", afirmou. "Aí eu pergunto se ele está sofrendo alguma pressão política e ele diz: 'Isso é o tempo inteiro, mas eu não vou tirar, a menos que você peça'. Eu recebo essas provas claras de apoio nos momentos decisivos", afirmou na ocasião.
Após o anúncio da separação, o nome de Bruno Bianco passou a ser cotado para a vaga de secretário-executivo do novo ministério, a ser comandado por Onyx Lorenzoni em um momento em que o governo divulga sucessivos aumentos no saldo de emprego formal.
Membros da Economia avaliam que a presença de Bianco nessa função seria uma forma de Guedes não perder totalmente o controle sobre o órgão que, além de desenvolver os programas de emprego, concentra parcela relevante do Orçamento do governo ao centralizar as contas da Previdência.
Na equipe econômica, havia dúvidas sobre se Onyx realmente coordenaria a área previdenciária, mas um dos ministros mais próximos a Bolsonaro disse no início da noite de quarta que a nova pasta seria do Trabalho e da Previdência.
Ao mesmo tempo, o nome de Bianco também entrou na lista de apostas para o cargo de Advogado-Geral da União. Ele é servidor de carreira do órgão e estaria cotado para 
substituir André Mendonça, indicado por Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Essa possibilidade, no entanto, é alvo de disputa entre as carreiras que compõem a AGU (Advocacia-Geral da União). Advogados públicos estariam fazendo pressão contra a indicação de Bianco, que é da carreira dos procuradores federais.
 

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