Pela primeira vez em mais de um ano, o dólar voltou a ser negociado no Brasil abaixo de R$ 5. A divisa norte-americana encerrou a semana a R$ 4, 938, valor semelhante ao visto em junho de 2020. Após o pico de R$ 5, 792 alcançado em nove de março, a moeda americana acumula desvalorização de 14,7%. O fortalecimento do real é resultado de uma série de fatores, principalmente o diferencial de juros com a queda das taxas nos Estados Unidos e a elevação da Selic pelo Banco Central, o maior otimismo com a recuperação da economia brasileira e a disparada do preço das commodities no mercado internacional. A grande questão é até quando o real terá fôlego para segurar essa vantagem. O câmbio é uma das variáveis mais voláteis e imprecisas, e a sua direção é determinada por uma gama de fatores domésticos e internacionais. No cenário global, a sinalização do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, em manter as taxas de juros em patamares reduzidos, ao mesmo tempo em que o Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro indicou o avanço da Selic para algo próximo de 6,5% até o fim do ano, atrai investidores para o mercado local. Os juros mais atrativos por aqui se somam ao otimismo generalizado pela recuperação da economia após o choque da pandemia do novo coronavírus. A divulgação de indicadores do primeiro trimestre, principalmente o avanço de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), levou a uma onda de revisões para cima, com algumas previsões apontando crescimento de até 5,5% em 2021.