Os funcionários do Metrô de São Paulo entraram em greve a partir da 0h desta quarta-feira, 19. A previsão é que a paralisação dure 24h. A decisão foi tomada durante assembleia da categoria na noite de terça-feira - após as negociações com o governo estadual não terem avançado na última semana. Com a paralisação, paulistanos que usam o metrô para se locomover terão de recorrer a outros meios de transporte. No início da manhã, passageiros não sabiam como chegar aos seus destinos e se aglomeravam em frente a estações. Na estação Barra Funda, na zona oeste da capital, por volta das 7h, grandes filas de formavam na busca por ônibus, que eram insuficientes para o volume de pessoas. Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirma que o Metrô de São Paulo enviou uma proposta de acordo salarial "muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação brasileira", e que a empresa "manteve todos os serviços e seus empregados", mesmos com os prejuízos de R$ 1,7 bilhão no último ano e de mais de R$ 300 mil no primeiro trimestre de 2021. "O sindicato certamente vive em uma realidade diferente do restante do País, que sofre com desemprego, perda de renda e fome", diz o texto, que classifica a greve como "inadmissível". A STM também afirma ter oferecido à categoria a manutenção de benefícios "muito além dos exigidos pela CLT", como o pagamento de vales refeição e alimentação, previdência suplementar, plano de saúde sem mensalidade, hora extra de 100%, adicional noturno de 35%, abono de férias em 60%, complementação salarial para afastados e auxílio creche/educação, dentre outros. "Reivindicar novos aumentos salariais e de benefícios, punindo a população com a paralisação do transporte público e deixando milhares de pessoas que cuidam de serviços essenciais, como saúde e segurança sem transporte é uma atitude desumana e intransigente", afirma o texto. A STM ainda frisa que uma liminar da Justiça do Trabalho determina que pelo menos 80% dos trabalhadores trabalhem no metrô durante os horários de pico (de 6h às 9h e de 16h às 19h) e 60% nos demais horários, sob pena de R$ 100 mil diários.