O feriado de 7 de Setembro de 2022, data de comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, marca o retorno dos desfiles militares após a pandemia de Covid-19. A celebração ocorre em ao menos 14 capitais do país ao longo do dia. Também estão marcadas para o dia, em cerca de 300 cidades do país, manifestações que terão como pauta “a defesa das liberdades, o respeito à democracia e a demanda por eleições transparentes”. Os atos civis contam com a adesão, principalmente, de apoiadores do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro – que convocou seus seguidores a participar. No principal ato, realizado em Brasília, uma multidão acompanha o desfile na Esplanada dos Ministérios, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu as comemorações passando com a primeira-dama, Michelle, no Rolls Royce presidencial. Pouco depois, ele cumprimentou o público presente ao longo do Eixo Monumental a caminho do camarote onde se encontrou com os presidentes de Portugal, de Cabo Verde, de Guiné-Bissau, o ministro da Defesa, comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Não compareceram no evento os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Lira e Pacheco publicaram mensagens sobre o 7 de setembro. Além do desfile das Forças Armadas, das Polícias Militar e Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros, o ato em Brasília também teve a apresentação de tratores de empresários do agronegócio, de grupos religiosos e de grupamentos escolares, principalmente das escolas cívico-militares do Distrito Federal. Na chegada ao camarote, Bolsonaro fez a revista das tropas, cumprimentou o vice-presidente Hamilton Mourão e o candidato a vice, Walter Braga Netto (PL), que não ocupa cargo público. Perto da Esplanada dos Ministérios, onde ocorre o desfile em Brasília, enfermeiros fizeram um protesto em frente ao Museu da República criticando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o aumento do piso salarial. “Enfermagem na rua. Barroso a culpa é sua”, gritaram os manifestantes. Já em São Paulo, os desfiles começaram cedo, por volta das 8h, com a apresentação de veículos blindados na Avenida Dom Pedro I, próximos ao Museu do Ipiranga, que reabre as portas em uma solenidade à tarde. No Rio de Janeiro, eventos cívico-militares ocorrerão no Forte de Copacabana ao longo do dia. Já a cerimônia comemorativa do bicentenário da Independência do Brasil ocorrerá na Avenida Atlântica. Às 16h, horário aproximado da proclamação da Independência, a frota da Esquadra Brasileira e a Artilharia estacionada no Forte de Copacabana executarão salvas de 21 tiros em comemoração do bicentenário. Pelas redes sociais, autoridades que não foram à solenidade se pronunciaram sobre as comemorações do 7 de Setembro. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), disse que “há 200 anos, começava a nascer o Brasil de hoje, com um futuro de desafios, decisões difíceis, mas necessárias e grandes conquistas a alcançar. O 7 de setembro de 200 anos atrás continua ecoando nas ações e nos compromissos de todos! O Brasil independente é sempre o que olha para frente”. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que as comemorações da data, que marca 200 anos da Independência do Brasil, “precisam ser pacíficas, respeitosas e celebrar o amor à pátria, à democracia e o Estado de Direito”. O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, também não compareceu ao ato. O desfile cívico-militar teve, também, a passagem de tratores de empresários do agronegócio, que teve o acesso à Esplanada dos Ministérios autorizada pelo governador Ibaneis Rocha na noite de terça (6). No entanto, o acesso de caminhões, como ocorreu em manifestações civis no ano passado, foi proibido.