A Polícia Federal e a Interpol continuam a procura pelo empresário apontado como dono da mansão localizada em Sorocaba (SP) suspeita de ser usada para esconder drogas e dinheiro do tráfico.
Carlos Alberto Bonelli, de 52 anos, estaria vivendo em Portugal. Para não levantar suspeitas, ele se apresentava como empresário do mercado financeiro.
A mansão foi alvo de uma megaoperação de combate ao tráfico internacional de drogas envolvendo funcionários terceirizados do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A Justiça também determinou buscas em 24 endereços e o bloqueio de R$ 53 milhões em bens dos envolvidos, como dinheiro em conta, imóveis, veículos e aplicações financeiras, etc.
Ao todo, os policiais cumpriram 23 mandados de prisão preventiva decretados, além de 24 mandados de busca e apreensão. Desse total, pelo menos 18 pessoas que são alvos trabalham no aeroporto.
Além de Sorocaba, os policiais cumpriram os mandados na capital paulista, Praia Grande, Guarulhos e também em Portugal. Até o início da tarde de terça-feira, pelo menos 15 pessoas já tinham sido presas — 13 eram funcionárias terceirizadas do aeroporto.
A reportagem contatou a concessionária GRU Airport, que administra o Aeroporto de Guarulhos, e a empresa informou que a operação foi inteiramente "conduzida pelas autoridades competentes".
Segundo a investigação, os funcionários investigados atuavam na área de pista do aeroporto e com os carrinhos que dão acesso à aeronave. Eles colocavam as malas com as drogas direto no porão do avião, escapando da fiscalização e do raio-X da polícia.
O delegado Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão de Entorpecentes (DRE) da PF em SP detalhou como os criminosos atuavam dentro do aeroporto.
"Entrava às vezes pelo check-in, entravam pela área restrita, por alambrados que eram cortados por tratores, que eram passados em locais que normalmente não devem passar, toda a área restrita ali do aeroporto. A gente identificou várias tentativas de embarque de drogas neste período curto de investigação uma grande quantidade de funcionários que passaram pela colocação, pela tentativa de cooptação", disse Galli.
"Anteriormente, a gente encontrava muita droga com passageiro. Mas hoje em dia a gente observa que a droga está sendo exportado no meio da carga, então as quantidades são muito maiores do que era anteriormente", completou.