Um vídeo que mostra um soldado da Polícia Militar interagindo com uma cachorrinha da raça pastor belga malinois viralizou nas redes sociais. A publicação feita no perfil oficial da corporação rendeu mais de 200 mil visualizações e quase 700 comentários de internautas.
A cadela que aparece nas imagens se chama Petra. Ela vai começar a receber treinamento a partir do quarto mês de vida para, futuramente, integrar o canil do 9° Batalhão de Ações Especiais (BAEP) de São Jose do Rio Preto (SP).
De acordo com o primeiro sargento Simão, os cães são levados para o quartel somente quando completam 120 dias de vida e estão com o ciclo de vacinação e vermifugação completo. O período é respeitado para não colocar em risco os demais animais que fazem parte do canil.
“Assim que chegam, os cães passam por um processo de quarentena e ficam em um box afastado, para vermos se nenhuma doença se manifesta. Depois, os animais são adicionados ao nosso plantel”, explicou.
Os cães em processo de adestramento são chamados de “estagiários”. Todos são avaliados anteriormente para que os policiais saibam qual melhor direcionamento colocar em prática. Alguns animais demonstram aptidão para o faro e outros para fazer a proteção. Também existem cachorros que exercem as duas funções.
“Começamos a fazer estimulações de caça e de presa, além de ensinar o cachorro a usar o focinho. O treinamento é lúdico. Nós ensinamos o filhote a achar um brinquedo e começamos a fazer um emparelhamento de odor. O cão sente o odor da droga e sinaliza que encontrou para ganhar o brinquedo”,
Um cachorro que demonstra aptidão para farejar drogas recebe um treinamento diferente do cão que demonstra ter mais qualidades para fazer a segurança. Os animais são adestrados para receber o comando de um único policial.
Conforme o sargento Simão, os cães são treinados até os dois anos de idade e começam a frequentar as ruas depois de uma radiografia da articulação coxofemoral ser feita.
“Os dois anos são para ver se o cachorro vai conseguir trabalhar e atender às expectativas, porque o treinamento dura a vida toda. Se o animal apresenta medo, falha ou displasia coxofemoral, nós fazemos a doação”, conta.
Os cães seguem a escala do policial responsável por treiná-lo e acompanhá-lo durante as ocorrências nos mais de 95 municípios que fazem parte do Comando de Policiamento do Interior (CPI-5).
Ainda de acordo com o policial, os cachorros são alimentados e esperam, no mínimo, duas horas e meia para sair às ruas. Doze animais fazem parte do plantel do 9° Batalhão de Ações Especiais (BAEP) de Rio Preto.
“Depois que o período de repouso termina, começamos uma atividade física e um treinamento de proteção, de faro ou outro. Na parte da tarde, saímos para patrulhar as ruas”, contou.
Os cães são aposentados quando, normalmente, completam oito anos de vida. Os policiais responsáveis por treiná-los costumam adotá-los por conta do vínculo criado durante o período de serviço.
“O cachorro acaba virando praticamente um filho do policial. É muito gratificante trabalhar com os cães e poder ver a evolução”, afirmou o primeiro sargento Simão.