Integrantes dos ministérios públicos de São Paulo e de Minas Gerais apreenderam nesta quarta-feira (26) dezenas de relógios caros. A suspeita é de que uma loja num shopping de São Paulo servia de ponto de venda de itens roubados.
Assim que o shopping abriu, promotores e policiais militares entraram para cumprir mandados de busca e apreensão. Foram para uma loja que só vende relógios de grife.
No local, os promotores apreenderam 81 relógios, que podem custar mais de R$ 120 mil. Cinco mandados também foram cumpridos em Minas Gerais e cerca de 40 relógios foram aprendidos.
O comércio ilegal de relógios caros é movimentado por quadrilhas que agem há mais de dez anos em São Paulo. Em 2021, a polícia prendeu quatro integrantes, acusados de roubar passageiros que desembarcavam nos aeroportos do estado e eram cercados nas ruas ou na porta de hotéis.
Em dezembro de 2021, um promotor de justiça de São Paulo foi uma das vítimas. Ladrões levaram dele um relógio que, segundo o promotor, custava R$ 98 mil. Algum tempo depois, a vítima recebeu a propaganda de uma loja que mostrava um relógio que parecia ser o dele.
Na terceira semana de janeiro de 2022, o promotor foi até a loja, conferiu o número do registro atrás do relógio e viu que era dele. Chamou a polícia e o dono da loja foi preso em flagrante por receptação.
O proprietário da loja Royale Watches, Gustavo Queiroz Pires, pagou fiança e foi solto. Ele responde ao processo em liberdade.
A loja informou que recebeu o relógio em consignação para vender e que os documentos foram entregues à investigação.
A loja informou ainda que vem colaborando com a justiça para o esclarecimento do caso que, segundo a relojoaria, é inédito na história de suas atividades. A nota diz ainda que assim que os fatos foram confirmados e o relógio do promotor identificado, o produto foi devolvido à vítima, seguindo os tramites legais, orientados pela justiça.
A Royale diz ainda que adota alto nível de exigência e correção, tanto em termos de documentação, como em registros dos produtos.
O Shopping Cidade Jardim informou que acompanha as investigações e que não é responsável pela fiscalização de produtos comercializados pelos lojistas. Também disse que, caso irregularidades sejam comprovadas, pode rescindir o contrato com a relojoaria.