O homem conhecido como "Mexicano", que foi apontado como responsável por assassinar quatro mulheres em Votorantim (SP) entre 2014 e 2017, vai à júri nesta sexta-feira (26). Everton Júnior Soares está preso desde 2018. Ele alega que teve o nome envolvido nos crimes por meio de boatos.
O caso foi dividido em dois processos, sendo julgado nesta sexta o das mortes de Jéssica Roberta Pereira, de 30 anos, ocorrida em 17 de maio de 2014; Rosângela da Cruz Silva, de 50 anos, em 18 de abril de 2015; e Lúcia Yumi Ukai Fukany, de 52 anos, em 19 de março de 2019.
O outro processo é da morte de Mara Aparecida de Faria, de 42 anos, em 2017. No primeiro júri, realizado em fevereiro de 2020, Everton foi condenado a 18 anos de prisão por homicídio qualificado por motivo cruel.
Neste caso, o réu afirma que é inocente. Além disso, a defesa dele alega que a promotoria não possui provas suficientes para a condenação, já que não há testemunhas oculares dos crimes.
Everton também pode ser condenado pelos outros três homicídios, sendo que cada um deles possui três agravantes: motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.
As acusações tinham também o agravante de feminicídio, que foi retirado após um recuso da defesa do réu.
De acordo com a polícia, o homem é considerado um "serial killer". Na época das investigações, o delegado afirmou que o que havia chamado a atenção foi a forma quase idêntica com que Everton cometeu os assassinatos.
A investigação mostrou que ele atraía as mulheres para terrenos baldios e tentava manter relações sexuais com elas. Como não conseguia, matava as vítimas.
A polícia informou que os crimes foram cometidos em um raio de dois quilômetros da casa do suspeito. Antes disso, ele já tinha passagens na polícia por furto e ameaça.
O pai de Everton também chegou a ser preso após uma testemunha relatar à polícia que ele participou do crime. Segundo a defesa do réu, no entanto, o pai foi solto.