Manifestantes realizaram na manhã de hoje um ato contra a fome na B3, sede da Bolsa de Valores de São Paulo. O grupo colou cartazes com a palavra "fome" no Touro de Ouro, instalado ontem no local.
O ato foi organizado pelos grupos Juventude Fogo no Pavio e Movimento Raiz da Liberdade. "Nesta semana, a Bolsa de Valores instalou a estátua do Touro de Ouro no Centro de São Paulo. O que para eles simboliza a força do mercado financeiro, para nós é um símbolo da fome, da miséria e da superexploração do trabalho. Mas, também é um lembrete de que continuaremos na luta por uma vida com dignidade. E é por isso que hoje fizemos essa ação simbólica de protesto", afirmaram os grupos.
Símbolo do mercado financeiro presente em bolsas de todo o mundo, a peça metálica é obra do artista plástico brasileiro Rafael Brancatelli e do economista, apresentador e influenciador digital Pablo Spyer. O projeto foi idealizado pela corretora B3 em parceria com a XP.
Com cinco metros de comprimento, três de altura e dois de largura, a estátua, inspirada no touro de Wall Street, em Nova York (EUA), ficará disponível em frente ao prédio da B3, na rua XV de Novembro, na região central de São Paulo.
A escultura simboliza a "força e resiliência" do povo brasileiro, segundo o presidente da empresa, Gilson Finkelsztain. No jargão do mercado acionário, o touro representa os momentos de alta da Bolsa, pois o touro chifra para cima. A estátua fica ao sul da ilha de Manhattan. O touro se contrapõe a outro símbolo financeiro, o urso, animal que tudo derruba com sua patada e representa os momentos de queda no mercado de ações.
Réplica do famoso "Touro de Wall Street", localizado no coração financeiro dos Estados Unidos, a versão brasileira, de 5 metros 1 tonelada, ficará na rua 15 de Novembro por três meses.
O touro que busca demonstrar força e otimismo foi rapidamente associado pelos usuários à atual decadência do mercado de ações brasileiro e do governo do ministro da Economia Paulo Guedes. Apesar da euforia dos idealizadores durante a inauguração, a escultura foi recebida nas redes com pouco entusiasmo: "cafonice", "brega", "viralatismo".