O segundo júri do assassinato da menina Vitória Gabrielly começou a ser realizado no Fórum de São Roque (SP), na manhã desta segunda-feira (8). Os réus Bruno Oliveira e Mayara Abrantes, dez testemunhas de defesa e sete de acusação serão ouvidos.
Victória Gabrielly tinha 12 anos quando desapareceu, em 2018, após sair de casa para andar de patins. O corpo dela foi encontrado oito dias depois, no meio de um matagal e perto dos patins. Três pessoas foram presas e indiciadas por homicídio doloso suspeitas de envolvimento no crime.
De acordo com o Tribunal de Justiça, o júri terá medidas de isolamento devido à pandemia e não será permitida a presença de público no plenário. Procurado o advogado Clayton Wesley de Freitas Bezerra, que defende os réus, disse que irá se manifestar após o início do julgamento.
Por conta do impedimento de assistir ao júri, o pai de Vitória, Beto Vaz, fez um desabafo nas redes sociais.
"Ligo minha TV e vejo um estádio lotado com mais de 40 mil pessoas assistindo a um jogo de futebol. Mas um pai, uma mãe, vítimas de um crime que chocou o Brasil e o mundo, não podem assistir ao julgamento de um caso que se trata do assassinato de sua própria filha por conta das restrições. Esse Brasil, que não entendemos e não aceitamos, é também o Brasil de um povo de fé. E, mesmo com tantos motivos para nos derrubar, temos um Deus em quem confiar. A justiça do homem é falha, mas a de Deus é plena."
Antes de Bruno e Mayara, o servente Júlio César Ergesse já havia sido julgado por ter participado do crime em Araçariguama, em 2018. Com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa e crime cometido para ocultar, a primeira condenação de Júlio chegou a 34 anos.
A defesa do servente de pedreiro entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça para tentar anular o júri de 21 de outubro de 2019. Em segunda instância, o Tribunal de Justiça diminuiu a pena dele para 23 anos e quatro meses de detenção, sendo quase 10 anos a menos.
Na época do julgamento do servente, o juiz Flávio Roberto de Carvalho, que conduz também o julgamento do casal, afirmou que foi o caso mais difícil em toda a sua profissão.